restarei-me presente
não em corpo ao certo
afônico, fora de foco
num sonho de memórias
será bom ver-te livre
sem tocar-te o sereno
sem sombra de dúvidas
com as sobras de mim
não arrependa-se agora
viva a tua imortalidade
transcreva nossa cólera
vindo a lágrima, chora
diga sim a um bom homem
com status, culto, belo
que te carregue na mala
que ante a tela se cale
releve o que diz o Papa
a morte jamais separará
torna-nos pó, nada mais
fissão é ofício da vida