quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mano a mano (ela)


Minha cara, não é minha cara não ficar cara a cara com você.
Manuscrevo esse grito de amor,
Mano a mano ela vai saber.


Que o amor de um mais um são dois.
Mesmo que a distância, que depois
de um tempo a gente caiba
num prato de feijão com arroz.


Para amenizar choro, consolo. 
Parabenizar, sonoro soro.
Bela cresce que ter dois não dói. 
Um sol só - ai que dó - não são dois sóis


a brilhar  seu brilho mais bonito.
A fiar um fio, um fio a filho.
Apaziguar, ó pai, desaguar
em dito, voz e violão
o amor que a só dedilho.

Música feita em razão dos dois anos da minha pequena Manu. Estamos distantes, mas como disse na canção "Mano a mano ela vai saber". Em outro momento disponibilizo o áudio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Quando tudo se ajeitar


quando tudo se ajeitar
os pingos da tinteiro nos 'is',
os de chuva em rasas poças,
os cabelos molhados das moças
pintarão em conta-gotas
telas de Mestre Dalí.

quando tudo se ajeitar
na parede alinhados quadros,
relógio de horário ajustado,
tapete 'bem-vindo' no chão.
o pão quente ali da esquina,
no ouvido da menina
da bossa nova o refrão.

quando tudo se ajeitar
ao pôr do Sol eu me achego,
mas não poso de 'teu nego'.
se estás é calmaria.
se não, nem morro de azia.
não complico, implico ou embico.
se demora, toco um Chico
e encho a boca de feijão.

quando tudo se ajeitar
chega de tanta bagunça.
noitada? vai ter sim senhor.
mas ao lado da amada,
do gato batizado 'Fellini',
de vinho, massa fettuccine
cinema, pipoca e cobertor.

quando tudo se ajeitar
é claro que vai ter problema.
de pequeno a grande dilema.
do 'com que roupa eu vou?'
a papo de separação.
tempo frio vai ficar quente,
fofocarão sobre a gente,
brisa mansa é furacão.

quando tudo se ajeitar
se ajeitar bem de verdade,
na casinha então que é nossa
além da já dita bossa
toca jazz, samba e baião.
cada um torce pr'um time,
segunda é dia de regime
pra engordar o coração.

mas se quando tudo se ajeitar
versos na ponta da língua,
discurso pronto e afiado,
pintar você e um namorado
carimbando meu plano com um 'não',
eu não vou fazer alarde.
pego papel e caneta
e escrevo um bilhete à mão.
contendo uma pá de saudade
de um não ser que pra mim foi,
saio eu pela cidade, subo no prédio mais alto
jogo o bilhete no chão.
e quem pegar que se ajeite
que dê um jeito no jeito
de se ajeitar com a tal paixão.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

À Marte (Amar-te)


Alô Marte, eu já não sou daqui.
Mande um resgate, uma nave, spatial me trate.
Terra vermelha, aqui já não é so Blues,
Caçaram o rock e a nova bossa é proibir.

O bom gosto, não é o bastante bom,
é perigoso, gozar pode ser fatal.
O sorriso pode não traduzir mais alegria,
chorar se feliz, amar se odeia a companhia.

Chega pra lá, que eu tô feliz aqui sozinho, eu sou espinho.
Não me toca, é tão normal pro ser-humano, ser desumano.

E afinal, você E.T. tão global, vendo TV,
vê se manda um sinal, chega logo pro mundo acalmar.

Hi Mars, cê anotou o recado da Elis? I really miss.
De lá pra cá, o mundo ainda tá down e a Rita ali.

Segura as pontas, mutante ser,
marciana, cigana, fulana, desencana...
Aqui já não é tão legal ser legal,
alegando Alagados, Trenchtown.,

À Marte (Amar-te) - Mário César