sábado, 24 de outubro de 2015

narcisse







 
nada a decarar
ʇnpo ɐ ɹǝɔɐɯɐɹ







terça-feira, 13 de maio de 2014

Clamor


Hoje me basta a calmaria
Pretendo-me as coisas tranquilas
Teu brando ressonar,
Contracenar em teus planos,
Medir com uma trena trêmula
Cada centímetro de uma vida incomensurável.
Renego o agito antes de beber,
Sonego convites endereçados a ti.
Rogo mudo, sigo cego, nego surdo.
Rego o futuro com lágrimas secas.
Sem sereno, sirenes,
Sonoras baladas inabaláveis
Perfilamentos de lamentações virtuais.
Ou as badaladas firmes da minha cabeça em obras.
Prefiro toda inocência do mundo de volta.
Quero a ti - e somente a ti - em meus silêncios
Enquanto meu sono foge ao teu lado.
Nos versos e anversos de mim e nós.
Quero ficar sem sustos e ao sol.
Longe da temida e perene madrugada.
Quero é ficar à sós comigo e contigo,
Minha pequena, linda e amena.








quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Calor

aqui em casa
você vem
quando sou eu a visita
logo tudo harmoniza
tua presença
beijo minhas palavras
na tua boca
que em troca
saliva poesia
pulo o aquecimento
global
estiro a perna
tiras a roupa
o gelo me alivia
liquefeito em teu corpo
sublime sublimado
leio o momento
solicito
fica,
teus seios combinam
com o meu lençol.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Reclame

que a valsa portuguesa
não seja a trilha sonora
da despedida sempiterna
para ser a ternura o
presente mais caro entre nós
não papietemos uma máscara
com outra pele em nossas faces
em nossos facebooks
sem truques, traques, trapaças
carapaças ou carapuças
que nos sirvam
comida e amor quentes
conversas em fogo brando
bebidas estupidamente geladas
cabeças inteligentemente frias
versos e carinhos frescos
que sirvamos um ao outro e sempre
que eu te pegue pela mão
que não te tires de mim
nem pra sarro, nem cigarro
pra minh'alma permanecer
incólume à inocência tua
onde a excitação clame
por nossas vidas nuas

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pra viagem

o chão passa sob mim
em alta velocidade
o tempo é lento
retas são descaminhos
curvas te escondem
paro em acostamentos
de lembranças e piche
placas indicam
distância é lugar
uma cidadela mental
construída em passagem
edifício de nadas
sem andares ou recepção
uma cobra autofágica
existe ao destruir-se
possui olhos ferinos
miram no horizonte
outro lugar de morada
outro olhar confortante
no fim dessa autoestrada
uma cidade maior que existe
no abraço da mulher amada

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

coming soon

hoje
o ontem
é eterno amanhã
a ausência é presente
a multidão é uma saudade só
em meu tórax-continente
cabem duas cidades
você Rio, eu ilha
rodeado de prantos
por todos os lados
desafio o espaço
embaraço sonho-viagem-real
cheiro carne
como terra
bebo flores
fumo ideias
num cigarro de ciúmes
tudo pela vez premiére
numa existência de estreias
de vida longa, curta, média
hors concours
onde o tempo que te leva
te traga leve
em breve

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

saldo saudoso

tenho entupido
o nariz de transparências
o estômago de cogumelices
o coração de corações

torcido
o pescoço de olhares
os joelhos de dormência
o cérebro de lucubrações

queimado
a ponta da língua nua
falangetas em buliços íntimos
obrigados, senões e desculpas

marcado
o corpo com tuas unhas
os olhos de sentimentos
a vida de carolismos