segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pra viagem

o chão passa sob mim
em alta velocidade
o tempo é lento
retas são descaminhos
curvas te escondem
paro em acostamentos
de lembranças e piche
placas indicam
distância é lugar
uma cidadela mental
construída em passagem
edifício de nadas
sem andares ou recepção
uma cobra autofágica
existe ao destruir-se
possui olhos ferinos
miram no horizonte
outro lugar de morada
outro olhar confortante
no fim dessa autoestrada
uma cidade maior que existe
no abraço da mulher amada

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